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Tecnologia, dados e inclusão: Codex Experience reúne lideranças e marca lançamento do projeto social GuriTech em parceria com a Univates

22.08.2025

A vice-reitora da Universidade do Vale do Taquari - Univates, professora Cintia Agostini e a secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (Sema), Marjorie Kauffmann, participaram, na quarta-feira (20), da 3ª edição do Codex Experience, evento que debate o uso de dados e de tecnologias para apoiar a formulação e o monitoramento de políticas públicas. Realizado em Porto Alegre, o encontro reuniu autoridades, gestores, acadêmicos e representantes do setor privado, com foco em temas estratégicos como meio ambiente, mudanças climáticas, inovação e transformação digital.

Durante o evento, foi oficialmente lançado o GuriTech, projeto social da consultoria Codex que busca capacitar jovens em situação de vulnerabilidade para o mercado de trabalho em tecnologia. A iniciativa tem como parceiros o governo do Estado, a Prefeitura de Porto Alegre, a Microsoft e, de forma especial, a Universidade do Vale do Taquari – Univates, que será a responsável por coordenar o projeto-piloto no Rio Grande do Sul.

O GuriTech oferecerá formação gratuita em áreas estratégicas de tecnologia da informação, como Big Data, arquitetura de software e análise de dados, com foco inicial em jovens atingidos pelas enchentes no Vale do Taquari. Segundo a vice-reitora da Univates, Cintia Agostini, a universidade já realizou um levantamento preliminar e identificou cerca de 350 estudantes que formalizaram protocolos relatando prejuízos durante os desastres climáticos de 2023 e 2024. Parte desse grupo será contemplada no início do programa.

“Nós vamos começar com um grupo pequeno, de 10 a 15 alunos, para testar o formato. Mas o potencial de ampliação é grande, e a ideia é justamente criar oportunidades reais para quem foi afetado pelas enchentes e está buscando um novo caminho. É uma chance de transformar vulnerabilidade em oportunidade”, explicou Cintia.

Univates como parceira exclusiva

A vice-reitora destacou que a Univates é, até o momento, a única instituição parceira acadêmica do GuriTech. A escolha se deu pela capacidade da universidade em mobilizar rapidamente estudantes e pela experiência consolidada na área de tecnologia, com cursos de graduação, pós-graduação e projetos de extensão vinculados à inovação.

“Nosso papel é selecionar os alunos e criar critérios transparentes de acesso. Esses jovens vão aprender diretamente com especialistas de uma das áreas que mais cresce no mercado de trabalho. E existe ainda a possibilidade de que os melhores participantes sejam contratados como trainees da própria Codex. Estamos falando de uma oportunidade única de inserção social e profissional”, afirmou Cintia.

Além da formação técnica, o projeto prevê atividades de desenvolvimento pessoal e profissional, preparando os alunos para entrevistas, trabalho em equipe e desafios do setor tecnológico. O caráter gratuito e o direcionamento a jovens em vulnerabilidade reforçam o viés social da iniciativa.

Reconstrução e inclusão: um mesmo horizonte

A articulação entre o Plano Rio Grande de Reconstrução e o GuriTech ilustra um movimento cada vez mais necessário no pós-enchentes: integrar ações de reparação estrutural e de inclusão social. Se, de um lado, o Estado investe na modernização das ferramentas de monitoramento ambiental, de outro, projetos como o GuriTech oferecem perspectivas de futuro para jovens diretamente impactados pelos eventos climáticos.

Para os organizadores do Codex Experience, essa combinação entre dados, tecnologia e impacto social é o que garante a relevância do evento. A entrega de placas de reconhecimento a apoiadores, como a Univates, simboliza esse compromisso coletivo com a reconstrução e com a inovação.

O que dizem os parceiros

O diretor de Negócios da Codex, Venicios Santos, enfatizou que o GuriTech nasceu do desejo de aplicar a expertise da empresa em dados para gerar impacto social duradouro. “A tecnologia tem que ser inclusiva. Formar jovens que viveram situações de vulnerabilidade extrema é preparar não só profissionais para o mercado, mas cidadãos que podem contribuir para a transformação da sociedade”, disse.

A secretária Marjorie Kauffmann também manifestou apoio à iniciativa, destacando que o poder público precisa estar próximo de ações que aliam inovação e justiça social. “O Estado está comprometido com a reconstrução, mas sabemos que isso vai muito além da infraestrutura. Precisamos investir nas pessoas, e projetos como o GuriTech são fundamentais nesse processo”, declarou.

Perspectivas

A expectativa é que as primeiras turmas do GuriTech comecem ainda em 2025, em Lajeado, com acompanhamento da Univates. A experiência servirá de base para a expansão do projeto para outras regiões do Rio Grande do Sul e, futuramente, para outros estados.

Outros painéis do evento 

No painel em que esteve presente, Kauffmann apresentou os avanços do Plano Rio Grande de Reconstrução, iniciativa do governo estadual voltada à recuperação das cidades e comunidades atingidas pelas enchentes históricas de 2023 e 2024. Entre as ações em andamento, destacou a recuperação das estações hidrometeorológicas, fundamentais para o monitoramento das condições climáticas, bem como os levantamentos batimétricos e topográficos que vêm sendo realizados em diferentes pontos do território. Outro eixo é a modelagem hidrodinâmica, ferramenta que permite prever o comportamento dos rios em cenários de cheias e orientar medidas de prevenção e resposta.

O painel contou também com a participação de André Borges, diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que compartilhou experiências de gestão ambiental em seu estado. A mediação ficou a cargo de Venicios Santos, diretor de Negócios da Codex, empresa especializada em soluções baseadas em dados.

O papel dos dados na reconstrução

Ao apresentar os projetos do Plano Rio Grande, a secretária ressaltou a importância de integrar tecnologia e ciência às políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas. Segundo ela, a tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul deixou evidente a necessidade de modernizar os sistemas de monitoramento e investir em ferramentas preditivas para dar suporte às decisões governamentais.

“Estamos reconstruindo o Estado com base em evidências e informações qualificadas. A tecnologia não é apenas um recurso complementar, mas sim o eixo central que vai nos permitir salvar vidas e planejar de forma sustentável o futuro das nossas comunidades”, afirmou Kauffmann.

O Codex Experience tem justamente esse objetivo: mostrar como dados estruturados e tecnologia aplicada podem se converter em políticas públicas mais efetivas e inclusivas. Os debates desta edição destacaram casos práticos em áreas como saúde, educação, mobilidade e meio ambiente, além de apresentar projetos sociais que utilizam inovação para reduzir desigualdades.