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+Ação, Extensão Atividades extensionistas envolvem estudantes de diferentes cursos de graduação para auxiliar projeto Guarani Mirim, de Lajeado

15.08.2025

O projeto Guarani Mirim é uma iniciativa que valoriza o esporte e atende meninos e meninas do bairro Igrejinha, em Lajeado, e de seu entorno. A escolinha de futebol existe há mais de 20 anos, da qual a Universidade do Vale do Taquari - Univates é parceira por meio da inserção de estudantes e professores em atividades extensionistas voltadas à comunidade.

O projeto foi idealizado pelo fundador e atual presidente, Diomar Nunes, e beneficia cerca de 80 crianças e adolescentes, de 4 a 17 anos. Além dos treinos para as crianças, também há o time dos adultos, que é formado por pais ou ex-alunos do projeto e venceu o campeonato municipal deste ano, e outras atividades em turno inverso ao escolar, como a horta solidária e as aulas de muay thai. As ações envolvem diversos voluntários, muitos deles moradores da própria comunidade. 

No primeiro semestre deste ano, professores e estudantes de cursos de graduação da Univates realizaram diferentes atividades no projeto a partir de uma demanda lançada na plataforma +Ação. 

Jurema Elisa Nunes é voluntária no projeto desde 2020 e conta que, durante uma das reuniões do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), soube que a Univates poderia auxiliar o projeto por meio da plataforma. “Contei um pouco da história e das nossas necessidades. A gente sente que a comunidade tem uma carência de oportunidades para as crianças, e nosso intuito sempre foi tirar as crianças das ruas, entender seus contextos de vida e familiares”, explica.

Matemática e diversão para as crianças

Estudantes dos cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção, Engenharia Química e Engenharia Elétrica realizaram jogos lúdicos para as crianças no escopo do componente curricular Desafios da Engenharia Industrial.

Segundo o professor Manfred Costa, ao longo do semestre os estudantes elaboraram propostas para incluir em atividades conceitos matemáticos de forma prática e divertida, estimulando o interesse de meninos e meninas pelas ciências exatas e afastando o receio que muitos alunos do Ensino Básico ainda têm em relação à matemática.

Os alunos do projeto Guarani Mirim foram até a Univates, no dia 7 de julho. “Os nove grupos de estudantes de Engenharia realizaram as tarefas promovendo não apenas a aprendizagem, mas também um ambiente de entusiasmo e participação ativa. O resultado foi surpreendente: as crianças se envolveram intensamente, demonstrando curiosidade, alegria e motivação para aprender, comprovando o potencial do lúdico como ferramenta pedagógica eficaz”, destaca o docente.

Augusto Henrique Huppes, estudante de Engenharia Química, participou da atividade e afirma que a experiência foi muito gratificante. “Sou muito grato pela ajuda dos meus colegas. Penso que, em um grupo de trabalho de faculdade, as decisões precisam ser feitas em conjunto. Essas atividades são muito importantes, pois aproximam a comunidade da Universidade. Infelizmente muitas vezes as crianças não têm a oportunidade de conhecer o tamanho da Univates. Precisamos de mais pessoas interessadas em cursos de Engenharia, para conseguirmos formar pessoas qualificadas para o mercado de trabalho no futuro. E, com esses projetos de extensão, podemos começar a gerar nestas crianças a vontade de crescer e cursar alguma engenharia no futuro”, reforça.

Material de apoio para divulgação do projeto

No curso de Arquitetura e Urbanismo, no componente Semear no Território I, os estudantes desenvolveram uma proposta de material de divulgação que expressa a essência do projeto Guarani Mirim. De acordo com o professor Gustavo Maciel Gonçalves, por meio de um processo colaborativo com as lideranças do projeto, foi desenvolvida uma identidade gráfico-artística para ser utilizada em eventos, apresentações e outras ocasiões públicas.

A turma foi dividida em grupos para explorar diferentes caminhos criativos, e cada grupo ficou responsável por elaborar uma proposta de identidade visual. Ao final do processo, todas as versões foram entregues aos líderes do projeto, ficando à disposição para serem utilizadas conforme a necessidade, fortalecendo a comunicação e a visibilidade da iniciativa.

“Ao se envolverem com demandas comunitárias, os estudantes desenvolvem competências importantes, como escuta ativa e sensível, noção de responsabilidade social e comunicação. Além disso, o contato direto com lideranças locais e com os sentidos simbólicos do território contribui para uma compreensão mais profunda e situada do papel da nossa profissão para a transformação social. São vivências que ressignificam o aprendizado e dão mais sentido ao conhecimento construído em sala de aula”, enfatiza Gonçalves.

Proposta de espaço de aprendizagem e lazer

Um grupo de estudantes dos cursos de Engenharia Civil e de Arquitetura e Urbanismo também participou das atividades por meio do componente curricular Desafios da Construção Civil, ministrado pelas professoras Carolina Porto Fransozi e Merlin Janina Diemer. Carolina relata que os estudantes foram desafiados a criar propostas para um ginásio a ser construído para servir de espaço de aprendizagem e lazer não só para as crianças e jovens atendidos pelo projeto, mas também para toda a comunidade do bairro.

Erik Luan Scherer, acadêmico de Engenharia Civil, é morador do bairro Igrejinha e participou do desenvolvimento do projeto arquitetônico para a criação de uma quadra poliesportiva para o Guarani Mirim. "Apesar de o projeto ter permanecido na etapa de concepção, essa experiência destacou a importância de espaços estruturados para o fortalecimento social e a segurança das crianças atendidas. A participação permitiu-me compreender como a implementação de uma quadra adequada poderia contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento do bairro", complementa.

“Além dos conteúdos técnicos abordados, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer a realidade do território e do projeto. Durante a apresentação das propostas, foi possível perceber o empenho da turma em apresentar um projeto que satisfizesse as expectativas da comunidade e o brilho no olhar da equipe diretiva que recebeu com muito carinho as ideias apresentadas! A extensão é um potente vetor de transformação de todos os envolvidos”, ressalta Carolina.

Para Jurema, a parceria com a Univates tem impacto tanto para as crianças e adolescentes que participam das atividades do projeto quanto para suas famílias e para a comunidade que se relaciona com elas. 

“A gente só tem a agradecer o apoio da Univates e o envolvimento dos professores e estudantes. Essa atenção enriquece o projeto. Poder despertar o desejo de cursar uma faculdade, incentivar as crianças a trabalharem em equipe, fazerem uma atividade física, aprenderem a socializar e respeitar o próximo são coisas pelas quais o projeto preza muito. Saber que a Univates está de portas abertas para as crianças e vem até o bairro nos deixa emocionados. É muito valioso conseguir mudar o futuro de algumas famílias e dar oportunidades, plantar uma semente em cada criança”, destaca a voluntária.

O que é a plataforma +Ação?

A plataforma +Ação foi lançada pela Univates em 2022 com os objetivos de estimular o diálogo entre diferentes setores da sociedade e buscar soluções para transformar a vida das pessoas.

Qualquer pessoa física ou jurídica pode registrar na plataforma uma demanda potencial a ser atendida pela Univates. Para isso, basta realizar um cadastro no site univates.br/maisacao e fazer o registro da necessidade. A Univates avalia e busca uma forma de solucionar ou contribuir, seja por meio de um projeto de extensão, seja por meio de outras iniciativas envolvendo os vários setores da Instituição e/ou da sociedade civil.

O cadastro é rápido, fácil e gratuito. Outras informações podem ser obtidas no site da plataforma +Ação, pelo telefone (51) 3714-7059 ou pelo e-mail maisacao@univates.br.