Pesquisadora busca voluntários para pesquisa sobre impactos psicológicos das enchentes no Vale do Taquari
28.02.2025
Intitulado “Sintomas psiquiátricos, resiliência e apoio social após as enchentes no Vale do Taquari”, o projeto é conduzido pela mestranda Lídia Maria Erbes, sob a orientação da professora doutora Joana Bücker. Os objetivos da pesquisa são compreender os impactos mentais e sociais das enchentes e contribuir para o desenvolvimento de estratégias que melhorem o suporte à comunidade e a resiliência dos seus integrantes.
Os residentes dos municípios afetados são convidados a participar da pesquisa preenchendo um formulário on-line. A participação é completamente voluntária, permitindo que os envolvidos tenham total autonomia e a opção de desistir do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade.
Para garantir a confidencialidade, todos os dados que possam identificar os participantes serão omitidos nos resultados, que serão armazenados em local seguro, acessível apenas à pesquisadora e à orientadora. O processo de participação envolve o preenchimento de um questionário sociodemográfico e de escalas de saúde mental, com duração estimada de 20 minutos, realizado via Google Forms.
Além de contribuir para a pesquisa, os participantes receberão materiais com técnicas de relaxamento para manejo do estresse, beneficiando não apenas a comunidade científica, mas também a sociedade em geral. Os resultados da pesquisa serão divulgados em artigos científicos e na dissertação da mestranda. Os voluntários interessados podem solicitar informações sobre os achados pelo e-mail da professora Joana Bücker (joana.bucker@univates.br).
LINK DO QUESTIONÁRIO: SINTOMAS PSIQUIÁTRICOS, RESILIÊNCIA E APOIO SOCIAL APÓS AS ENCHENTES NO VALE DO TAQUARI
A pesquisa conta com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Univates (Coep/Univates), reforçando seu compromisso com a ética e a segurança dos participantes. Os interessados em colaborar são incentivados a se inscrever e ajudar a construir um entendimento mais profundo sobre os desafios enfrentados pela comunidade após as enchentes.
Dados preliminares
Os dados preliminares da pesquisa - que ainda serão ampliados e analisados em maior profundidade - indicam que a maioria dos participantes são moradores de Lajeado e, em sua maioria, mulheres. Um aspecto revelado pelo estudo é que 40% dos respondentes possuem um diagnóstico médico de transtorno psicológico, sendo os mais comuns a ansiedade e a depressão. Esses achados ressaltam a necessidade de atenção especializada para a saúde mental da população afetada pelas enchentes, especialmente considerando os impactos emocionais e sociais que eventos extremos como esses podem causar.
Outro dado é que a maioria dos participantes não recebeu nenhum tipo de apoio psicossocial, apesar de manifestarem o desejo de tê-lo recebido. A ausência desse suporte pode agravar os sintomas de sofrimento mental e dificultar a recuperação emocional dos atingidos. A pesquisa busca justamente evidenciar essas lacunas e contribuir para a formulação de políticas públicas e iniciativas comunitárias que ampliem o acesso ao cuidado psicológico em momentos de crise.
Além disso, mais de 90% dos voluntários relataram ter vivenciado alguma situação de estresse em decorrência das enchentes. Esses episódios podem estar relacionados a perdas materiais, deslocamentos forçados, incertezas sobre o futuro e até mesmo à experiência de resgate em meio ao desastre. Diante desse cenário, a pesquisa reforça a urgência de estratégias eficazes de suporte emocional e social para minimizar os impactos psicológicos desses eventos, promovendo maior resiliência e bem-estar à comunidade.
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