Pesquisa sobre o tratamento da incontinência urinária está sendo desenvolvida na Unilasalle
08.11.2022
A pesquisa “Estimulação biolétrica para tratamento da incontinência urinária - ensaio clínico duplo-cego randomizado e controlado” é um bom exemplo sobre a união da pesquisa e a prática. A pesquisa está sendo executada pelo curso de graduação em Fisioterapia, pelo Programa de Pós-graduação em Saúde e Desenvolvimento Humano, ambos da Universidade La Salle, e as empresas HTM e Leonhardt Ventures (USA).
Uma das responsáveis pela aplicação da pesquisa na Instituição, a Profª. Me. Adriane Bertotto explica que a fisioterapia pélvica é uma especialidade que atua na reabilitação das disfunções do assoalho pélvico, que é o conjunto de músculos voluntários/involuntários e ligamentos que sustentam os órgãos como a bexiga, útero e intestino. E essa especialidade tem o objetivo de fortalecer essa musculatura, principalmente em mulheres. “Nesse estudo estamos avaliando o benefício da eletroestimulação sobre aspectos da qualidade de vida, severidade da incontinência urinária (pré e pós tratamento) e efeitos sobre as atividades de socialização e sentimentos das pacientes com disfunções do trato urinário inferior”, explica a professora.
Para isso, está sendo testado pela professora Adriane, pela Profª. Drª. Lidiane Filippin e por cinco bolsistas de iniciação científica equipamentos fabricados nos Estados Unidos. As pacientes que estão sendo atendidas pela pesquisa foram selecionadas a partir do encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde. “E esse é um retorno que nós estamos dando para a comunidade, porque são pacientes que talvez não tivessem a oportunidade de ter esse tipo de tratamento. E no final passamos todos os dados para elas de como foi o desenvolvimento desse tratamento”, conta Adriane.
Os frutos colhidos dos testes com o eletroestimulador e demais equipamentos darão suporte para o desenvolvimento de novas terapias ou do aprimoramento de algumas existentes na fisioterapia pélvica. Atualmente, segundo Adriane existe no mercado um neuromodulador cujo custo é alto e necessita de cirurgia para que ele seja implantado no paciente. “A ideia é que cada vez mais os pacientes tenham acesso a um tratamento não invasivo, mais acessível e com a eficiência comprovada em pesquisa”, destaca.
Aprendizado além da sala de teoria
De acordo com o coordenador do PPG em Saúde e Desenvolvimento Humano, Prof. Dr. Rafael Zanin afirma que o objetivo é formar um profissional capacitado e com visibilidade no mercado. “A indústria em geral está em busca do que nós temos aqui na Universidade, que é a expertise, estrutura e mão de obra qualificada. O que acaba nos tornando referência na área” Rafael Zanin.
As alunas já estão trabalhando com o tema em seus Trabalhos de Conclusão de Curso, a pesquisa foi apresentada na Sapiens que ocorreu em outubro na Unilasalle e em novembro estará na I Jornada de Fisioterapia Pélvica que ocorrerá junto ao XV Congresso Brasileiro de Urologia em Porto Alegre. Para a professora Lidiane essa pesquisa tem uma importância que vai além da sala de aula, pois é possível visualizar a pesquisa e favorece tanto os pacientes quanto os alunos. “O paciente tem a melhora da qualidade de vida e de bem estar e os alunos colocando em prática a vivência que os auxiliará no mercado de trabalho”, ressalta Lidiane.
As acadêmicas Natalia Ferrão, Alexandra Silva Coutinho, Luana Castro da Silva, Briza Carboni e Julia Pacheco que participam ou participaram da pesquisa ressaltam que a participação delas tem sido decisiva até mesmo na escolha pela área que irão atuar depois de formadas. Alexandra Silva Coutinho acabou de se formar e conta como foi a experiência. “Foi muito interessante entender o funcionamento de uma pesquisa e ao mesmo tempo colocar tudo isso em prática”, diz Alexandra.
Além disso, a possibilidade de testar equipamentos que ainda não estão no mercado e o contato com pacientes também têm sido um diferencial, segundo a professora Lidiane. “Os acadêmicos conseguem trazer toda a sua bagagem adquirida em sala de aula e colocar em prática e também desmistifica a pesquisa e a enxergam como uma possibilidade profissional”, conclui a professora.