GITEP promove oficina sobre a participação das famílias na execução penal
05.11.2025
Na tarde desta quarta-feira (5), o Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais-Penitenciários (GITEP) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) promove mais uma edição de suas oficinas, desta vez com o tema “A participação das famílias na execução penal”. O encontro reúne pesquisadores do Brasil e da Argentina para discutir os impactos do encarceramento sobre os familiares de pessoas privadas de liberdade.
A atividade conta com a participação da pesquisadora argentina Vanina Ferreccio, associada ao Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET) e professora da Universidade Nacional do Litoral, além de pesquisadora do Instituto de Ciências Humanas e Sociais do Litoral (IHUCSO). Ferreccio é autora do livro “La larga sombra de la prisión: Una etnografía de los efectos extendidos del encarcelamiento", obra em que analisa como a pena de prisão ultrapassa os muros do cárcere e afeta de forma profunda a vida dos familiares das pessoas presas.
A segunda convidada é a professora e pesquisadora da UCPel, Ana Caroline Jardim, que coordena o Grupo de Estudos em Famílias, Infâncias, Juventudes e Políticas Sociais (GEFIJUSS), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais e Direitos Humanos (PPGPSDH). Jardim é autora do livro "Famílias e prisões: (sobre)vivências de tratamento penal", no qual aborda o cotidiano de familiares de pessoas presas, evidenciando as penalizações e as sobrecargas de cuidado que recaem, principalmente, sobre as mulheres.
O diálogo entre as pesquisadoras parte da valorização das experiências de visita a familiares em situação de prisão, destacando que o cuidado oferecido por essas famílias é atravessado por relações de gênero — em geral, são mães, companheiras, irmãs e filhas que assumem essa função de acompanhamento e suporte.
De acordo com o coordenador do GITEP, professor Luiz Bogo Chies, as oficinas têm como objetivo promover a produção de conhecimento e a reflexão crítica sobre a realidade do sistema prisional.
“Essas atividades permitem a interlocução do Grupo e da própria UCPel com a comunidade acadêmica — estudantes e pesquisadores de diferentes níveis — e também com a comunidade em geral. Promovem a ampliação de conhecimentos e linguagens compartilhadas, fundamentais para a elaboração de ações e políticas voltadas a uma execução penal mais compatível com a dignidade humana”, destacou Chies.
As oficinas do GITEP são abertas ao público e contam com certificação de participação.
O encontro acontece nesta quarta-feira, (5), na sala 309C do Campus I da UCPel.
